O PAPEL DO PROJETO – Sérgio Kater

Eu poderia começar este artigo dizendo que o papel do projeto é bem mais do que um impresso de papel. Poderia e vou começar, porque é o que muita gente ainda pensa. Gente do nosso meio, do ramo da construção. Construção como um todo. Nós sabemos que os projetos significam uma porcentagem muito baixa do custo total de um empreendimento. Projeto de sistemas prediais, um custo bem mais baixo ainda. Em torno de 1% a 1,5%. Entretanto, um mau planejamento pode trazer consequências graves, de uso de custo.

Há década atrás os projetos de sistemas prediais eram compostos por tomadas e alguns pontos de força de elétrica e água fria (nem quente tinha), esgoto sanitário, águas pluviais e incêndio (hidrantes) na parte hidráulica. De uns tempos pra cá, e isso já faz muito tempo que começou, os sistemas prediais foram desenvolvendo uma complexidade maior. Tanto que começaram a surgir projetistas específicos e especializados em determinados sistemas.

Estamos discutindo neste exato momento, uma Portaria, a 161 de 9 de julho de 2017, do INMETRO, sobre o Programa de Avaliação da Conformidade de Projetos de Engenharia e Obras de Infraestrutura. Ela esteve em consulta Pública até 10 de agosto de 2017. Dela, vamos tirar um pequeno trecho que diz:

“Considerando que a elaboração do projeto tem como objetivo fundamental a realização de intervenções de qualidade e tecnicamente válidas, respeitando a melhor relação entre os benefícios e os custos globais de construção, manutenção e gestão.

Considerando que a elaboração de projetos é feita com base nos princípios de sustentabilidade – referentes, entre outros motivos, ao compromisso de minimização de recursos materiais não renováveis, reutilização dos recursos naturais envolvidos na intervenção, manutenibilidade, melhoria de eficiência energética, durabilidade de materiais e componentes, possibilidade de substituição de elementos, compatibilidade técnica e ambiental dos materiais e o fácil controle do desempenho durante o período da intervenção”.

Veja quantos “considerandos” a que estamos sujeitos.

O que eu quero dizer com isso é que estamos sujeitos a uma complexidade de sistemas e uma maior complexidade de exigências de cada sistema, que temos que estudar muito, não só o que já estudamos na vida inteira acadêmica, mas também às novidades, sejam elas por novas tecnologias ou novas exigências de Normas ou Leis.